Neste artigo vou tratar das bases do lean, quais as características uma empresa deve ter para implementar Lean, as dificuldades e quais são os dois pilares em que se baseia a filosia Lean.
O Lean é uma técnica muito eficiente de produção mas não é para qualquer tipo de indústria. O Lean é um conjunto de técnicas desenvolvido para empresas que trabalhem com produção “puxada”. Isso significa que existe muito trabalho a ser feito “fora da empresa”. Além da gestão interna da produção e da cadeia de ajuda existem dois fatores importantíssimos que fazem com que muitas tentativas de implementar Lean acabem falhando.
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O departamento de compras precisa estar alinhado com a produção (parece óbvio dizer isso, mas normalmente nunca acontece). Os fornecedores tem que ser, sempre, encarados como parceiros de fato. O fornecimento de matéria-prima para a produção tem que ser constante de acordo com as necessidades de consumo do cliente final, não vale comprar um determinado insumo porque um fornecedor está oferecendo uma determinada quantidade com um bom desconto (provavelmente está “desovando” o próprio estoque). Esse é a primeira grande dificuldade.
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Outro trabalho importante é realizado pelo departamento de vendas. É sempre importante que os clientes tenham contratos anuais de recebimento para os produtos que desejam. Os valores de quantidade anual desses contratos são fundamentais para se calcular o takt time, de outra forma a produção será para estoque e isso não cabe em um processo produtivo lean. Outra grande dificuldade de implantar o lean.
É impossível ter uma produção 100% “puxada” e é muito difícil ter uma produção parcialmente “puxada”. Mas sem ser puxada não é possível implantar lean. Se pretende implantar lean, então se prepare para muito trabalho e por um bom tempo.
A intenção do lean é reduzir custo reduzindo o desperdício e essa filosofia de eliminação possui várias práticas e ferramentas mas é baseado em duas pilares que são:
Just in Time ou JiT.
JiT é a técnica de fornecer a matéria-prima ou produto intermediário na quantidade exata, no momento exato e no local correto. É um sistema de controle de quantidade, ou seja, o primeiro pilar do lean está baseado em controlar a quantidade de material necessário para a produção. Essa técnica representa o ponto central do lean. Algumas pessoas acham que o pilar central é o controle de estoque, mas controlar o estoque é parte do JiT.
A implementação do JiT está focada em compreender profundamente as necessidades da produção e controlar a variação, buscando sempre que a produção funcione de forma equilibrada, sem sobre saltos, sem solavancos. Daí a necessidade de acertos com fornecedores e clientes muito bem claros.
Jidoka
Jidoka é técnica que permite que os operadores foquem naquilo que devem fazer e deixem que própria máquina ou processo tenham a capacidade de detecção de defeito no produto de forma automática, ou seja, sem a necessidade da intervenção humana. É o segundo pilar do lean e é a atividade mais difícil de ser implementada e a mais negligenciada. A implementação do jidoka inclui o uso, entre outras técnicas, de poka-yoke (método automático de prevenção de defeitos), andons ou dashboards de produção e inspeção total de máquinas e equipamentos. A intenção é que nenhuma peça ou parte que esteja com defeito caminhe pela produção. Isso não é somente necessário para evitar que produtos com defeito sejam comercializados ou reduzir os custos com refugo, mas também é uma ferramenta de melhoria contínua e um elemento chave para que um sistema kanban funcione. É uma violação das regras de kanban que uma peça com defeito seja transportada ou armazenada na produção.
O Kite MES possui um módulo de apresentação em tempo real que inclui displays e dashboards na produção que facilitam a implantação do Jidoka. |