Quando você fizer um exame de avaliação (também conhecido como check up) é bem provável que o médico irá solicitar um eletrocardiograma. O exame mostra gráficos que representam sinais elétricos de vários pontos do músculo cardíaco e que podem indicar se alguma parte do coração não está funcionando como deveria. Em caso de arritmia (falta de ritmo) por exemplo, será possível tomar precauções, fazer novos exames, prescrever medicação ou em alguns casos mais graves recomendar cirurgia.
Estamos tão acostumados com a tecnologia em várias áreas e na medicina em particular que parece que sempre existiu um exame como esse, mas imagine como era antes, só com um estetoscópio o médico tentando auscultar o coração e diagnosticar algum problema. O fato de ter vários sinais sincronizados e impressos permite que o cardiologista analise o comportamento de cada parte e do funcionamento geral do coração e isso ainda pode ser feito com o coração trabalhando em condições de esforço, como é o caso do teste ergométrico.
Uai, mas porque um blog de gestão da produção esta falando de exame cardíaco? Eu explico.
Para medir a “saúde” de uma máquina ou linha de produção usamos a mesma tática só que um pouco diferente.
O coletor de dados mede o sinal do pulso de produção, a cada ciclo de produção e com base em um padrão pré estabelecido é possível determinar se a máquina está de acordo com o que se espera ou está fora de ritmo, ou com “arritmia” e essa informação irá mostrar o desempenho da máquina. No caso de máquina como cada caso é um caso (diferente do ser humano que tem comportamentos orgânicos, uma máquina não tem, na maioria dos casos, nada a ver com a outra) é preciso determinar que tempo padrão é esse. Em muitos casos o fabricante determina esse tempo e outros casos deve-se cronometrar para cada máquina e isso é mais um valor que o coletor de dados irá determinar para os casos onde não tem definido ainda um padrão de comportamento da máquina.
Mas não é só isso. Em uma UTI o paciente é monitorado 24 horas, ou seja, faz um “eletrocardiograma” constantemente, todo mundo já viu o monitor mostrando o batimento cardíaco com os sinais de pulso em tempo real. E nos filmes e novelas sempre tem a cena do falecimento do personagem que o sinal fica em zero e surge o sinal de som agudo. Essa informação serve para que os médicos e enfermeiros possam atuar imediatamente, com choque, massagem cardíaca, medicação, oxigenação.
No caso da produção a coisa não é tão drástica, mas é bem séria. Quando o pulso para é porque a máquina parou, é hora dos especialistas, nesse caso o pessoal de manutenção, atender ao paciente, digo máquina e tentar reabilitá-lo o mais rápido possível. A parada não planejada e a consequente manutenção corretiva são os maiores problemas no chão de fábrica porque afeta toda a produção. Nesses momentos o coletor deve detectar a parada e informar o mais rápido possível a gestão da planta e a equipe de manutenção. Essas paradas afetam drasticamente a disponibilidade da máquina. Além disso é possível ao coletor monitorar o tempo e a atuação da equipe de manutenção durante o reparo.
Note que o coletor permite determinar de forma automática e em tempo real dois índices que compõem o OEE, que são desempenho e disponibilidade e tudo isso medindo somente o sinal de ciclo de produção.
Tic, tac, tic, tac… Mantendo o ritmo e a produtividade.