Em um artigo de junho do ano passado intitulado Temos uma grave crise na indústria automobilística. Sente falta de alguém? constatei, com base em informações da imprensa, que a Toyota não parecia estar sofrendo com a crise. Passado quase um ano resolvi retomar a análise e verificar se a experiência prática dos criadores do Lean Manufacturing ainda estava resiliente a todas as turbulências da indústria automobilística no Brasil.
E não é que esta forte como uma rocha…
A Toyota é uma empresa japonesa, todo mundo sabe disso, mas tem um provérbio chines que diz:
“Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca.”
Sejamos sábios e, mudando um pouco o provérbio, podemos aprender com o acerto dos outros.
Mas o que eles estão fazendo?
Investindo na crise.
Outra sabedoria chinesa:
“Quando escrito em chinês a palavra crise compõe-se de dois caracteres: um representa perigo e o outro representa oportunidade. Isso foi dito por John Kennedy
Chega de provérbios e sabedorias transcendentais e vamos aos fatos.
O estadão noticiou em 11 de maio de 2016 que “Em meio à crise, Toyota abre fábrica de motores no interior de SP“, isso pode Arnaldo?
Não é que pode, é o única forma. Mas claro, não é gastar é investir.
No final da matéria três informações que merecem análise mais detalhada.
1. Recentemente, o grupo japonês concluiu investimento de R$ 100 milhões na fábrica de Sorocaba, inaugurada em 2012. A capacidade produtiva do Etios passou de 84 mil para 108 mil unidades ao ano, mas essa ampliação não está sendo utilizada em razão da queda do mercado automotivo.
Interessante, investimento em aumento da produtividade em mais de 20%, mas sem utilizá-la. Provavelmente os custos deste investimento foram menores do que quando a situação estava boa. AS coisas ficam mais baratas na crise, pra quem tem recursos para investir é uma excelente oportunidade.
2. “Só estamos esperando a recuperação do mercado para apertar o botão. A fábrica e os trabalhadores estão preparados”, afirmou St. Angelo na solenidade de inauguração da unidade de motores.
Assim que o Brasil voltar a crescer e o mercado puxar mais demanda eles estão preparados para acompanhar. Note que “os trabalhadores estão preparados”, ou seja, foram treinados enquanto a demanda diminuiu. Nada de ficar produzindo se não há demanda.
3. Ao contrário do que ocorre com a maioria das montadoras, a Toyota não tem estoques altos nos pátios. Segundo Miguel Fonseca, vice-presidente da empresa no Brasil, os estoques da marca giram de 3 a 17 dias e há filas de espera para algumas versões do Corolla e para o utilitário SW4, feito na Argentina. Na média do mercado, o encalhe equivale a 46 dias de vendas.
Segredo desvendado.
Não tem segredo. A produção é puxada. Imaginem, 3 a 17 dias de estoque e o mercado trabalha com 46 dias (o Estadão ainda pega pesado chamando estoque de encalhe, mas vamos relevar), dá para concorrer com eles tendo uma produção empurrada e o estoque cheio?
Três dias de estoque é quase inimaginável. Só padaria tem uma rotatividade menor. Mesmo assim o pão duro vira farinha de rosca.
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Caique, excelente e motivador comentário.
Palavras de motivação no momento que todos falam de crise, é provar que precisamos quebrar os paradigmas e acordar para a necessidade da inovação e voltarmos a crescer, como empresa, como membro da sociedade, como ser humano.