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Muitas vezes, em conversas com gestores de produção das mais diversas áreas, ouço frases como essa:

“Nós não usamos o OEE aqui, controlamos as paradas de máquina e focamos na disponibilidade”, ou ainda

“Nós controlamos a disponibilidade e o desempenho da produção. Temos controle de qualidade mas não usamos para calcular o OEE”.

Apesar de ser conhecido a bastante tempo, o índice OEE ainda não é um padrão na gestão da produção, apesar de ser completo e representar exatamente a “saúde” geral da máquina, da linha ou mesmo de toda a planta.

Por que é tão difícil utilizar o OEE?

Vamos analisar algumas causas:

  1. Dos 3 índices do OEE o mais difícil de controlar é a qualidade. Não porque não seja importante, é e muito. Mas a qualidade pode ser controlada de várias formas: por lote, por amostragem, de forma visual, etc. E na maioria das vezes o controle de qualidade não é em tempo real, é feito após a produção e daí a dificuldade de adicionar a qualidade no cálculo no momento em que se tem as informações de disponibilidade e desempenho. Daí a importância de se automatizar a coleta da qualidade utilizando, por exemplo, poka-yoke como defendido em lean manufacturing.
  2. Se as informações não forem capturadas em tempo real, for por exemplo feito por anotação em planilha, ele traz um nível de incerteza alto ao índice final. A obtenção das informações em tempo real e de forma automática permite, além de agilizar a apresentação da informação, dar credibilidade ao cálculo do índice.
  3. O OEE foi desenvolvido para a indústria automobilística, aliás toda a tecnologia de gestão da produção foi criado para atender esse setor, e isso não é ruim. O problema é que os outros tipos de indústria não possuem a mesma característica e isso impede que se aplique tudo, de forma direta. Daí a necessidade de adaptações nos conceitos e técnicas (o mesmo vale para lean manufacturing). Isso faz surgir uma série de índices “derivados” do OEE que pecam por não permitir o benchmark entre a empresa e outras e assim melhorar a gestão com a experiência de outras empresas.

Mas o uso de parte do OEE ou de alterações no cálculo não devem ser considerados como um erro. Na realidade é uma boa estratégia de gestão, porque não é realmente simples implementar, por exemplo, uma gestão automática da qualidade. Em algumas situações é impossível. Em outros casos, como em máquinas 100% automáticas, o desempenho é constante e portanto o grande problemas são as paradas, ou a (in)disponibilidade da máquina.

Conclusão: o OEE é difícil, sem dúvida, mas algum tipo de gestão baseado em índices deve existir para pelo menos corrigir os problemas principais e ter um histórico de comparação da planta com ela mesma em momentos diferentes e com diferentes abordagens de gestão.

 

O Kite MES é uma plataforma de desenvolvimento que permite a adaptação a realidade da produção e por isso em muitos casos o índice OEE não é o principal índice ou relatório utilizado pelos nossos clientes.

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