Nos últimos anos, vários países, incluindo o Brasil, ampliaram o crédito para aumentar o consumo da população com a intenção de aumentar o PIB (Produto Interno Bruto).
A ideia é que se as pessoas consumissem mais elas puxariam a produção de bens e serviços e com isso o PIB cresceria. A maneira de fazer isso é facilitar o crédito, reduzindo o juros e criando programas de incentivo a compra de bens duráveis, como por exemplo o programa Minha Casa Melhor que, atrelado ao Minha Casa Minha Vida, oferecia crédito subsidiado para que as famílias mobiliassem a casa nova.
A ideia parece boa, mas porque não deu certo? O aumento no consumo não deveria puxar a produção? Não deveria gerar riqueza?
Não. Simples assim.
O que gera riqueza é produção e não o consumo.
Em uma economia capitalista a riqueza é formada pelo capital que pertence a pessoas e empresas.
“Capital é toda a riqueza acumulada que pertence a empresas ou a indivíduos, e que é utilizada para o propósito de se auferir receitas e lucros. O capital abrange todas as fábricas, minas e fazendas agrícolas, bem como todos os maquinários e equipamentos, todos os meios de transporte e de comunicação, todos os armazéns, lojas, escritórios, imóveis comerciais e residenciais, e todos os estoques de materiais, componentes, suprimentos, bens semimanufaturados e bens acabados que são propriedades de empresas.
Capital, portanto, é a riqueza empregada na produção, e subsequente venda, de bens e serviços. Essa riqueza é o alicerce tanto da oferta dos produtos que as pessoas compram quanto da demanda pela mão-de-obra que as pessoas vendem.
Quanto maior a riqueza dessa economia, maiores serão os salários reais. E por dois motivos: haverá uma maior oferta de bens produzidos e uma maior demanda pela mão-de-obra de assalariados.”
Os investimentos em produção permitem a geração de riqueza, o papel do consumo é no direcionamento da produção, ou seja, o que, quanto e como se deve produzir é regido pelo consumo.
Nesse caso voltamos a boa prática de lean manufacturing de uma produção puxada, o consumo manda na produção. Mas os investimentos são feitos na produção e não no consumo. Se houver consumo sem produção será necessário importar. Para não sofrer com as ameaças de produtos importados as alíquotas de importação irão aumentar e as indústrias demandarão mais subsídios, o que reduz a arredação do estado que, no fim das contas, é quem está incentivando o consumo. Está criado o círculo vicioso. O estado fornece mais crédito numa ponta e arrecada menos na outra.
No início as coisas parecem que funcionam porque estamos consumindo riqueza (capital) que estava em estoque, mas em pouco tempo essa espiral decrescente vai gerando buracos, consumindo a riqueza acumulada. O aumento do consumo sem riqueza (crédito criado sem lastro) gera inflação que freia o consumo. As famílias endividadas consomem ainda menos, o que gera recessão. A recessão gera desemprego.
E aqui estamos nós…
Produzir mais com menos gera riqueza e melhores salários. Outras formas de tentar se enriquecer geram bolhas que sempre estouram em algum momento, são formas insustentáveis de crescimento. O famoso voo de galinha que estamos acostumados desde o descobrimento. Parece que agora vai, só que não.
Esse artigo se baseia em informações publicadas no artigo:”O consumismo não gera crescimento econômico – e sua defesa é o cerne da teoria keynesiana”.
Se você quiser saber mais detalhes do ponto de vista econômico sobre esse assunto leia o artigo, é muito bom.
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