petrobras

A Petrobrás é a maior empresa da América Latina. E os produtos vão muito além de gasolina e diesel. Mesmo que em valores de mercado tenha perdido para a Ambev no mês passado, no caso da indústria brasileira a Petrobrás é fornecedora de um grande conjunto de produtos que vão da Nafta (base para a geração de plásticos no final da cadeia poliestireno e polipropileno) a Amônia e Ureia (para a agro-indústria).

Ou seja, a gente pode ficar um tempo sem cerveja ou refrigerante, mas fica difícil imaginar sem todas as formas de plástico que utilizamos ou sem a matéria prima para toda a agro-indústria brasileira, só para ficar nesses dois setores.

E como é que fica a indústria brasileira no meio desse furação, que está cada dia mais próximo, chamado “Petrolão”?

Alguns economistas estão prevendo a possibilidade de quebra da Petrobrás. Acho isso pouco provável. A Petrobrás continuará a produzir e comercializar os seus produtos no mercado brasileiro, porém…

Porém, em função da necessidade de fazer caixa, os produtos deverão ter os preços mais altos nos próximos anos, aumentando o valor da matéria prima e consequentemente o valor de vários produtos, em particular na indústrias que utilizam o plástico como matéria prima (e qual não usa?).

Talvez o tamanho do buraco seja grande demais para o aporte somente do governo, talvez ela seja privatizada (quem sabe?), mas o fator mais importante é que apesar de preços mais salgados no futuro não deverá faltar matéria prima.

A recomposição de preços, no final das contas, se dará pelo aumento do produto final e como consequência aumento da inflação. O que em última análise aumenta de novo o custo da própria indústria. Resta saber, nesse caso, se o governo irá reduzir os próprios gastos (dívida pública) para controlar a inflação (apesar de uma margem muito pequena de atuação, 95% dos gastos são correntes, como o pagamento de folha, por exemplo. Não há muito o que reduzir).

Talvez tenhamos uma combinação de redução dos gastos governamentais e um aumento de impostos. Mas qual o setor tem condições de pagar mais impostos? Quem irá pagar o pato?

Os próximos 2 anos serão difíceis se tudo for feito da forma correta e não houver nenhuma crise (energia, por exemplo).

Em função da pequena margem, se algum erro for cometido… Bom, aí é esperar para ver.

Mas é certo que a indústria estará viva depois da passagem do furação, o importante é ficar atento a qualquer sinal de brisa que surgir. O que não mata, fortalece, como dizia Nietzsche.