Em 1975 Chico Buarque e Paulo Pontes escreveram uma peça, um drama, chamada Gota d’água, e a música tema possui um refrão que diz: “E qualquer desatenção, faça não. Pode ser a gota d’água…”.
Nesses dias de falta d’água quero falar da falta de energia que virá, ou não?
Estamos vivendo uma crise energética extremamente grave, nossa “sorte” é que o Brasil está em recessão branda. Não vai pra frente e não vai pra trás, ou vai um pouco pra trás esse ano, pelo menos no caso das indústrias.
Desenvolvemos na Kite em 2011 e 2012, um equipamento para gerenciamento elétrico da planta industrial com foco em eficiência energética na indústria, mas… Mas o Brasil é pródigo em criar jabuticabas (para quem não sabe, jabuticaba é uma fruta que só existe no Brasil, assim como algumas ideias) e no ano de menor produção de energia, onde deveríamos gerenciar melhor, ter uma política industrial de eficiência energética, fazemos o contrário, o preço da energia contratada foi reduzido.
Para piorar a situação, com a provável recessão de 2014 as indústrias que contrataram energia a baixo custo estão parando a produção e vendendo energia no mercado livre e, o absurdo dos absurdos, ganhando mais do que produzindo os próprios produtos.
Criamos a incrível jabuticaba dentro da jabuticaba.
Como eu disse anteriormente, em 2011 a Kite desenvolveu um equipamento para gerenciar o consumo de energia elétrica no chão de fábrica chamado Kite Power.
A intenção é considerar que a energia é um insumo como plástico, metal, horas de operador, etc.
A energia elétrica é utilizada sem muito critério pela indústria, normalmente tem-se o valor consumido bruto e faz-se o rateamento dos custos de energia por setor. Isso é simplesmente uma distribuição de custos sem o gerenciamento correto do uso.
O equipamento está pronto para permitir o gerenciamento detalhado do consumo de energia por máquinas e equipamentos na planta, mas ainda não comercializamos a solução.
Eficiência energética ainda não é um problema, ou melhor, é um problema mas ainda não estamos conscientes disso.
Existe uma norma ISO somente para gestão de eficiência energética, a ISO 50001. Vamos ver o que o futuro nos “reserva”, mas se não souberem o que fazer “faça não, pode ser a gota d’água”.
O projeto foi financiado pela FAPEMIG (Fundação de Amparo e Pesquisa de Minas Gerais).
Na edição de número 58 da revista “Minas faz Ciência” publicado pela FAPEMIG o repórter Pedro Ivo Martins publicou uma matéria sobre o Kite Power, clique aqui ou na imagem ao lado para fazer o download da matéria.
Foi publicada também no Diário do Comércio uma matéria sobre o Kite Power, clique aqui para ler.
