A manufatura ágil (ou agile manufactuing em inglês) é um conceito relativamente novo aplicado a manufatura para atender a um mercado consumidor também novo. Mas como é esse mercado novo? A resposta é simples, analise a sua própria forma de comprar. Usamos cada vez mais a internet para comprar e pagamos um pouco mais se o produto for melhor. O consumidor (em resumo nós mesmos) está mais disposto a pagar mais por um produto com maior valor, não fosse assim as vendas de telefone celular estariam crescendo e a de smart phone estariam diminuindo, mas o que acontece é exatamente o contrário e empresas como a Nokia, líder do mercado de telefonia celular há alguns anos (talvez três) hoje corre o risco de perder toda a participação, mesmo tendo um produto mais barato.
A questão não é mais preço é valor e essa mudança faz com que ou a empresa seja ágil ou esteja fora do mercado em pouco tempo. É a seleção natural.
Eu sei, você deve estar pensando: Mas de novo? Uma nova técnica que promete melhorias, mais produtividade com o mesmo “papo furado” de sempre?
Eu tenho duas coisas para dizer, uma boa e uma ruim:
Vamos começar pela ruim. A indústria ágil, e por consequência a manufatura ágil, vai se tornar a maneira normal de se produzir qualquer produto em alguns anos (dez ou quinze no máximo) e muitas empresas estarão fechadas até lá por não conseguirem se adaptar.
A coisa boa é que não é tão difícil se tornar ágil, dá trabalho com certeza, mas não é tão difícil quanto possa parecer a primeira vista.
A base fundamental da manufatura ágil é que o mercado muda sempre, o tempo todo, e a indústria ágil gosta de mudanças, está totalmente adaptada. Exagerando seria: quanto mais mudança melhor. Essa é a chave, estar totalmente preparado para mudanças, pois o tempo da produção estável produzindo em massa um mesmo produto acabou.
A adoção de técnicas de lean manufacturing facilitam a produção se tornar ágil, por exemplo eliminação de desperdício, produção puxada, just in time, etc. Mas um fator importantíssimo para que a indústria seja ágil é o uso intensivo de tecnologia da informação, sistemas interligados que permitam a “mudança de rota” de forma rápida mas consciente.
A figura abaixo mostra uma linha de evolução teórica da gestão da produção e como as técnicas podem se beneficiar disso. Não é uma receita de bolo, não significa que é uma rota a ser seguida, não é necessário passar por todas as etapas, por exemplo, uma manufatura pode se tornar ágil tendo informação da produção em tempo real para permitir análise e replanejamento diário sem, necessariamente, ter de adotar todas as práticas de lean.
Isso pode parecer difícil mas não é. Algumas empresas usuárias do Kite MES estão fazendo isso exatamente nesse momento, adotando somente algumas práticas de lean manufacturing e fazendo a gestão da produção em tempo real, envolvendo as áreas de gestão (compras, vendas, PCP, etc) e toda a cadeia de ajuda na gestão e execução da produção.
Vou voltar a esse assunto em outros artigos para falar mais sobre Manufatura Ágil e como é possível se tornar ágil em pouco tempo, um grande desafio. Mas ser ágil não é uma opção é uma questão de sobrevivência.