Livro A Meta

Praticamente todas as pessoas que tem relação com indústria/produção já leram ou ao menos ouviram falar do livro A Meta, escrito por Eliyahu M. Goldratt e Jeff Cox. O livro foi escrito nos anos 80 e até hoje é uma grande influência.

A Meta é leitura obrigatória para estudantes e profissionais de produção que desejam ter um conhecimento gerencial e processual de produção industrial e ainda aprender importantes ensinamentos, como Teoria das Restrições e Melhoria Contínua. Não apenas para profissionais de produção, o livro possui um profundo ensinamento de como trabalhar de forma organizada e orientada a resultados.

Como fãs do livro, queremos enfatizar os principais pontos e ainda acrescentar um pouco o nosso ponto de vista e as conclusões que tiramos. Para tornar tudo mais organizado, nós fracionaremos o artigo do livro A Meta em uma série de três posts, sendo que no último nós diremos como o nosso produto, o MES, entra para agregar na história e ajudar a sua indústria a atingir as suas metas.

Qual é a Meta de uma empresa?

O autor é muito feliz em deixar clara, logo no início do livro, a definição da Meta: dinheiro. A Meta das empresas em ganhar dinheiro não está relacionada apenas com enriquecer os sócios e acionistas. Estar ganhando dinheiro é o maior indicador de eficiência de trabalho e é o que leva a empresa a obter crescimento sustentável e saúde financeira. É o dinheiro que garante o hoje e aumenta as chances de sucesso no futuro. Por isso, a Meta (ganhar dinheiro) deve guiar todas as ações da empresa e direcionará os demais tópicos do livro.

Ganhos, inventários e custos operacionais

Um dos primeiros raciocínios lógicos do livro é que essas três forças são as maiores influenciadoras na meta da companhia. A meta nunca é atingida quando apenas uma dessas forças é alterada – é preciso aumentar os ganhos e reduzir os custos operacionais e o inventário simultaneamente para atingí-la. O ensinamento é que, mesmo que a produção seja contínua e produtiva, e a eficiência esteja nas alturas, se os esforços não estão direcionados a atingir A Meta, eles são custos para a empresa.

Eventos dependentes e flutuações estatísticas

Toda produção tem eventos dependentes. Ou seja, dentro do ciclo produtivo, cada etapa depende da demanda da anterior para operar. As flutuações estatísticas são influências que causam a variação da capacidade e a da demanda dos processos produtivos. Ao identificar as flutuações estatísticas, é possível chegar à capacidade média de cada etapa do processo. Ao considerar ambos, eventos dependentes e flutuações estatísticas, é possível chegar à capacidade real da indústria.

Gargalos e não-gargalos

Quando identificados, os gargalos podem ser minimizados, contornados e até eliminados. Mas, como identificá-los? O gargalo ocorre quando a demanda do processo anterior é maior do que a capacidade do processo atual. Essa ocorrência faz com que parte do que esta sendo produzido se torne inventário, o que representa custos para a indústria. Além disso, o fator mais agravante é que um único gargalo no meio da produção determina a capacidade total da indústria.

O não gargalo também deve ser controlado, uma vez que capacidade maior que demanda é custo para a indústria.

O gargalo é o calcanhar de Aquiles da produção, pois um único gargalo no meio da produção determina a capacidade total da indústria.

Definição de prioridades

Quando não existem planejamento e definição de prioridades, todo o processo produtivo tende trabalhar em coisas emergenciais – não porque tudo é realmente emergencial, mas sim por deixar as coisas chegarem nesse estado. O famoso “apagar incêndios” faz com que o trabalho torne-se menos estratégico, seguindo fora da meta. O resultado é: pedidos atrasados, horas extras, custos altos, cobranças e pessoas estressadas e descontentes. O critério de determinação de prioridades em pedidos, projetos e tarefas deve sempre ser orientado ao cumprimento da Meta.

O livro possui um romance bem interessante como plano de fundo para todos esses ensinamentos, por isso, nossa maior intenção com esses posts é despertar o interesse para leitura do livro e, se possível, discutir conosco em nosso blog suas próprias impressões.

No próximo artigo, daremos sequência aos ensinamentos do livro e ainda falaremos sobre algumas medidas que podem ajudar sua indústria a seguir nos trilhos da Meta.