Como você tem acompanhado nos artigos anteriores do nosso especial de posts, a indústria automotiva produz mais de 70 milhões de carros por ano, sendo 3 milhões deles produzidos no Brasil. O mercado automotivo, que é mola propulsora para a economia mundial, é composto não apenas pelas montadoras, seus principais players, mas também por uma enorme gama de fornecedores diretos e indiretos, além das empresas responsáveis pelas vendas e distribuição dos veículos, e é justamente sobre essa cadeia que falaremos a seguir.
– Caso não ainda não tenha lido os outros posts da série, acesse-os aqui: Post 1 A história da indústria automotiva no Brasil e Post 2 Fatos e dados da indústria automotiva brasileira na atualidade.
Um carro pode conter milhares de peças, e a imagem utilizada no topo do post ilustra isso muito bem – trata-se de uma escultura de um F1 Mercedes “explodido”, composto por 3.200 partes. Estamos falando então que um único carro pode possuir milhares de fornecedores? Exato!
Veja abaixo como podemos dividir essa cadeia de fornecimento:
- Indústrias de insumos básicos: responsáveis por extrair as matérias-primas utilizadas na produção das peças – aço, alumínio, borracha, vidro, produtos químicos, entre outros;
- Indústrias de autopeças: produtoras das partes que compõe o carro fazendo uso das matérias- que produzem partes como: motores, suspensões, câmbios etc, utilizando matérias-primas acima citadas;
- Fornecedores de suprimentos: além dos fornecedores diretos citados acima, o chão de fábrica possui ainda uma série de fornecedores indiretos de suprimentos operacionais, tais como luvas, capacetes, graxa, e vários outros. Mas, para não estender demasiadamente o post, vamos nos prender apenas aos fornecedores diretos.
No processo de produção de um automóvel temos posteriormente aos fornecedores, as montadoras – responsáveis principalmente pela engenharia, pesquisa e desenvolvimento para elaboração de modelos que atendam as necessidades dos clientes finais, bem como as estratégias de marketing e publicidade para o lançamento e geração de demanda para os produtos.
A linha de frente, ou seja, a distribuição e comercialização dos automóveis, é feita pelas concessionárias, também responsáveis por atender os clientes finais. Como a demanda da indústria automotiva é “puxada” pelos clientes finais, e não empurrada pelos fornecedores, ela nasce a partir das vendas das concessionárias. Portanto um diagrama que melhor explica essa dinâmica é o seguinte:
Vamos exemplificar esse diagrama: Digamos que a média diária de vendas de um determinado modelo de automóvel é 20/dia, então temos uma demanda de 600 automóveis deste modelo por mês. A montadora recebe essa demanda das concessionárias e automaticamente dispara sua demanda por materiais para seus fornecedores (caso não exista em estoque). Uma das partes necessárias para o carro é o pneu, então temos uma demanda de 3.000 pneus (5 pneus para cada carro). O fornecedor de pneus recebe essa demanda da montadora e pode verificar se possui matéria prima para produzir – caso não possua, uma nova demanda é gerada, dessa vez para o fornecedor da matéria-prima borracha. Supondo que cada pneu demanda 5kg de borracha, a demanda para esse fornecedor é de 15 toneladas de borracha.
Além desse fluxo diretamente relacionado à produção de novos automóveis, temos também um mercado muito importante, que é o de reposição, onde os fornecedores produzem peças para garantir que exista reposição e manutenção para automóveis que já estão circulação.
Toda essa cadeia necessita trabalhar com um altíssimo nível de integração da informação, com muitos processos automatizados para agilizar o processo como um todo, de modo a atender a crescente demanda pelos automóveis, bem como manter competitivas as indústrias que fazem parte do mercado.
No próximo e último post do especial sobre indústria automotiva, nós abordaremos quais são as principais tendências e tecnologias existentes para as indústrias que compõe esse mercado que exige cada vez mais qualidade, agilidade e eficiência. Aguardamos sua interação conosco através da área de comentários do blog.