A indústria brasileira já está em crise há algum tempo e a partir do segundo semestre de 2015, tudo indica que ela irá se lastrear para todas as outras áreas da economia. A forma mais visível será a inflação e, principalmente, o desemprego.
Engana-se quem acha que a indústria quando tem dificuldade logo demite os funcionários. A demissão de funcionários é a última ação que a empresa toma. E isso ocorre, basicamente, por duas razões:
- é muito caro demitir, a legislação trabalhista cria vários empecilhos para a demissão e o financeiro é o maior; e
- é muito difícil contratar pessoas qualificadas, normalmente a indústria fez um alto investimento na qualificação profissional e demitir significa não só prejuízo financeiro mas principalmente estratégico.
Só existe um alento nesse momento.
A indústria deve ser o primeiro setor a sair da crise e também por duas razões:
- o valor do dólar irá fazer com que os custos de importação de produtos acabados e semi-acabados se torne cada vez mais alto, permitindo a participação da indústria nacional tanto no mercado interno como também na exportação; e
- com a redução do emprego o custo da mão de obra tende a cair aumentando a margem de lucratividade da indústria (isso é péssimo para os empregados mas é assim que funciona).
Essa retomada não será para esse ano e quando começar vai ser gradual.
A pergunta a ser feita é como será a indústria após a crise?
Algumas não sobreviverão. As facilidades que o governo oferecia na forma de incetivos não existirão por um bom tempo.
A única saída é se tornar mais eficiente. Fazer mais com menos, mesmo com menos funcionários será necessário atender as demandas do mercado. Aumentar a produtividade não é mais uma opção, é uma questão de sobrevivência.
A vantagem dessa crise é que a indústria pode contar com alguns aliados que não existiam em outras crises. A tecnologia disponível hoje para aumento da produtividade tem, em muitos casos, custo acessível e traz um ganho de desempenho muito rápido. Falei um pouco sobre essa tecnologia nos dois artigos “Indústria 4.0 – A nova (re)evolução na área industrial.” que se você quiser ler clique aqui e aqui.
Os tempos são difíceis mas, como em outros momentos a crise vai embora. O negócio e conviver com ela por um tempo.
Ela vai ficar sentada lá na sala até quando?
Será que eu ofereço um café?
Melhor não.