Calma, não me refiro a crise atual e nem a Toyota atual, que aliás, em meio a crise das principais montadoras no Brasil, vai muito bem obrigado.
Não sei se você sabe ou se lembra mas a Toyota passou por uma grave crise (provavelmente a maior da sua história) em 2009-2010. Nem faz tanto tempo assim. O importante é como a Toyota saiu (ou quase) dessa crise.
“No livro “A Crise da Toyota” Jeffrey K. Liker; Timothy N. Ogden investigaram como a montadora enfrentou os desafios da recessão e a Crise dos Recalls. Em ambos os casos, a montadora estava desprevenida – e descobriu que a causa-raiz dos problemas que enfrentava foi o fracasso em fazer jus a seus próprios princípios. Mas os fundamentos continuavam lá, e a Toyota acabou conseguindo sair mais forte do que nunca dos anos mais difíceis de sua existência desde o pós-guerra.”
Porém, hoje (13/10/2015 10h05) o portal G1 apresenta, ainda, mais um desdobramento dessa crise.
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Porque os princípios de lean são difíceis mesmo para quem os criou? Se é difícil para eles será que eu consigo na minha empresa?
Infelizmente não existe mundo perfeito e nunca existirá. Isso porque a perfeição é um conceito humano e implica na existência de uma grande diferença entre o que consideramos “perfeito” e o que é perfeito (ou correto) no mundo real.
O normal é que as tarefas sejam feitas da forma incorreta. O anormal é lean. Para se manter uma produção lean o tempo todo é necessário um esforço constante e que mesmo assim é sujeito a falhas.
A Toyota era da metade do tamanho da General Motors em 1990 e foi o processo de produção que permitiu a Toyota se tornar uma das maiores fabricantes de carro do mundo, em alguns momentos passando a própria GM. A Volkswagen havia passado em julho dessa ano a Toyota como a maior montadora do mundo. Bom, agora nem sei mais como está isso…
O importante é saber que fazer errado, com baixa qualidade, com atraso nos prazos é o normal. Fazer o contrário disso implica em um trabalho árdua, diário, persistente, e sabendo que, talvez, nunca se atinja o perfeito lean. Mas como a ascensão da Toyota mostrou é possível galgar os degraus da competitividade e atingir o topo.
Se é difícil para eles será que eu consigo na minha empresa?
Para ser competitivo não existe outro caminho. São pequenas vitórias (as vezes derrotas) diárias. Não foque nos 100%, pense em melhorar o que já existe, a sua referência não é a Toyota, é a sua empresa ontem.
P.S. A foto que ilustra esse artigo é de Jim Womack que foi o diretor de pesquisa do Programa Internacional de Veículos Motorizados (International Motor Vehicle Program IMVP) no MIT e é o fundador e presidente do Lean Enterprise Institute, uma instituição sem fins lucrativos para a divulgação e exploração da filosofia lean. Na foto ele discute métricas de processo com um operador no chão de fábrica.
