Os números são implacáveis e não deixam dúvidas, a indústria automobilística no Brasil está em crise e está difícil saber quando as coisas irão melhorar.
Manchete do portal G1 de 09/06/2015
“Indústria automotiva tem mais de 35 mil trabalhadores parados.
Fiat e GM resolveram paralisar a produção para baixar os estoques.
Fábrica de caminhões da Volvo encerrou turno e tem excedente de 600.”
Na Revista Veja de
“Crise atual na indústria automobilística é pior do que a de 2008, diz GM. Presidente da montadora na América do Sul, Jaime Ardila, lembra que, no ano da crise anterior, havia diversos recursos que ajudaram o Brasil, como a redução do IPI”
No Jornal Estado de Minas em 26/01/2015
“Crise na indústria automotiva gera medo de demissão nas montadoras de Minas.
Fiat deixa de ser o oásis do emprego em Betim e registra perda de produção com férias coletivas e parada técnica. Funcionários da Mercedes e Iveco temem a crise na indústria.”
E finalmente na Anfavea de 08/06/2015
“Novas previsões indicam queda de 20,6% no licenciamento e de 17,8% na produção de autoveículos no encerramento do ano.”
Estão todas a montadoras na mesma situação, não está fácil para ninguém. Ou não?
São todas mesmo? Não está faltando ninguém? Ah, claro, eu havia me esquecido…
Cadê a Toyota? Como está a situação lá?
Uma pesquisa rápida no google e olha o que eu encontrei:
“Toyota do Brasil: “crise não nos afeta, não demitiremos e não reduziremos a produção” A Toyota do Brasil vive em uma espécie de eldorado no mercado brasileiro. Enquanto as demais montadoras – com exceção da Honda e Hyundai – reduzem produção, demitem e colocam funcionários em férias coletivas, a gigante japonesa continua a operar suas fábricas acima de sua capacidade máxima. Tanto na fábrica de Sorocaba, que produz o Etios, quanto na de Indaiatuba, que fabrica o Corolla, os funcionários estão trabalhando com duas horas extras, atuando em dois turnos (manhã e tarde)”. Para ler clique aqui.
ou ainda,
“Na Toyota, funcionários fazem hora extra. A fabricante trabalha com nível de estoque zero. Na contramão do cenário atual, a produtividade das plantas nacionais da Toyota continuam operando com excedente da capacidade nominal e na sede de Sorocaba funcionários tiveram acréscimo de duas horas extras na jornada de trabalho diária.” Para ler clique aqui.
e tem mais,
Crise? Aqui não, diz Toyota. Marca promete não demitir ou reduzir produção. Ao lado da Honda e da Hyundai como uma das poucas marcas que não estão passando dificuldades com o momento delicado do mercado brasileiro, a Toyota promete reforçar ainda mais o status de otimismo nos próximos meses. Conforme explica a assessoria da marca, todas as unidades produtivas da empresa no país estão operando em capacidade máxima e em algumas delas, como a de Sorocaba (SP), duas horas extras na jornada de trabalho tiveram de ser adicionados para dar conta da demanda. Para ler clique aqui.
e finalmente,
POR QUE TOYOTA E HONDA VENCEM NA CRISE Os períodos de crise fazem surgir os verdadeiros campeões. Nos momentos de expansão do mercado, muitos parecem surfar tranquilamente e se beneficiar. Porém, quando os consumidores fogem e se tornam mais críticos e seletivos, as coisas mudam muito. Parece ser o caso do mercado automotivo no Brasil nos primeiros três meses do ano. As vendas de automóveis e comerciais leves tiveram queda de mais de 17% neste primeiro trimestre, com relação ao mesmo período do ano passado. Para ler clique aqui.
É ou não é uma empresa de sorte essa Toyota?
Pode ser, mas é claro que não é o caso. A diferença nesse caso é fácil e se chama Lean Manufacturing. Produção puxada é que faz com que quando a demanda cai (o que não está acontecendo) a produção acompanha. Redução ao extremo de todos aos desperdícios, em todos os sentidos. Foco em qualidade e mercado.
Escrevi sobre o Lean vários artigos e você pode consultar aqui, justamente ressaltando a vantagens reais de se utilizar as práticas do Sistema Toyota de Produção.
Se essa crise não servir para demonstrar, na prática, tanto para funcionários quanto para gestores, o poder de se administrar uma produção enxuta, talvez não se tenha outra oportunidade.
A associação de práticas Lean e o monitoramento da produção em tempo real da produção com uma solução MES é o ponto fundamental para a saúde da indústria brasileira.